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Automático, manual ou remoto

Today is good day to die.

setembro 06, 2004

A Pátria de chuteiras 

   Fala pra mim, desde quando Seleção Brasileira tornou-se caso de soberania nacional?
   Que porra é esta?
   O que justifica 50.000 pessoas com ar ufanista e olhos marejados num Morumbi lotado em pleno domingo a tarde? Ah! É que o país vai muito bem, obrigado. Temos um presidente com passado social trabalhista que ao tomar o poder virou a mesa e mandou as favas toda a coerência de seu plano (plano?) de governo. Nossos juros são os mais altos do planeta, terreno fértil e próspero se você é filho ou sobrinho de banqueiro. Se não for, esqueça e compadeça-se das mazelas do restante da população. Estamos atolados até o pescoço em dívidas sociais, devemos as cuecas que não temos ao resto do mundo, o capitalismo suga nossos recursos até o extremo e nos restitui uma distribuição porca e injusta. Mas mesmo assim, quando a seleção brasileira entra em campo contra uns clones de índios astecas uniformizados de bolivianos, o país pára. Ah! Vão se foder!
   E aquele maestro, hein? Tá precisando de um troco, o moço. Como não conseguiu emplacar nenhum conserto de Chopin na novela das 8, o cara mete um fraque tamanho Extra Mico e vai pagar um pau em rede nacional, no mínimo acreditando que está fazendo sua parte contribuindo pra soberania nacional, ao massacrar um piano estrategicamente colocado em cima de um gramado mijado e catarrado. Sim, porque não há limites pra cafonice nacional quando o assunto é futebol.
   E juntando-se a ele, estão mais de 200 projetos de trombadinhas retirados de uma favela, assassinando um hino que nenhum deles faz a menor idéia do significado (mas pensando bem, quem entende aquela letra?), enquanto a TV estatal faz fusões das diversas bandeiras espalhadas no estádio. E, evidentemente, para dar o sabor especial ao evento, está o cretino-mor Galvão Bueno, colocando pra fora sua sabedoria de corredor de geral, enaltecendo o 'grande ídolo brasileiro' Ronaldo (quem? quem?), juntamente com a primeira-dama iletrada, a Songa-Monga Daniela. Até o Casagrande veio com 'quando o ídolo está de bem com sua vida pessoal, isto se reflete em seu futebol...'. Casagrande, ó, dá uma pegada aqui, dá!

   O resto do jogo foi imbecil. Pegamos 11 cucarachas assustados, que conseguiram levar apenas 3 gols. Bela merda de jogo.

   E que bela merda de povinho...

 Posted by  efagaraz   @   10:20 

 

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